Continuando...
Passavam poucos minutos das 15h... Em Rio de Frades a temperatura estava agradável! Arranco para a terceira volta com o sol lá no alto!
Quando estou a sair da arena, estavam a chegar 2 ou 3 atletas que eu tinha ultrapassado na 2ª volta... Não sabia se eles iriam seguir para a terceira... A única coisa que sabia é que à minha frente estavam 3 atletas. 3 fortes atletas de quem eu muito dificilmente me conseguiria aproximar...
Da mesmo forma, também tinha a certeza absoluta que nunca conseguiria terminar a terceira volta antes das 9h! A não ser que fizesse 1h20 na última volta! Impossível!
Assim, restava-me desfrutar como pudesse desta terceira volta! A meio da segunda volta, a minha ideia era dar tudo na terceira e fazer um tempo canhão! (ahahah) Mas logo nos primeiros km's vi que as pernas já não estavam a querer cooperar... Aliás, nem era tanto as pernas, a nível muscular até me sentia bem. Uma ligeira dor nos joelhos e mais nada de especial... Só que mal acelerava um pouco, ou passava simplesmente da caminhada para a corrida, o ritmo cardíaco disparava e sentia um aperto no peito que me dizia logo para ir com calma...
Não posso dizer que me estava a sentir muito bem, mas durante o primeiro e segundo km ia correndo / caminhando de forma agradável para quem já levava 44km com 3000m d+ no bucho!
No início da terceira volta!. Foto: Ana Cristina Cabrita. |
Mas quando entramos nos trilhos e a inclinação começa a aumentar, além do aperto no peito, começo a sentir um desconforto no estômago... Vão passando atletas por mim em sentido contrário, que me dão força! Eu retribuo!
Antes dos 2km da última volta, mesmo antes de virar à esquerda e começar a subir ainda com mais inclinação, decido fazer uma paragem técnica a ver se melhorava do desconforto abdominal... Desviei-me do trilho e... fui arrear o calhau! Pronto, já disse!
Melhorou um pouco. Nos primeiros metros de subida até parecia que ia bem... Mas logo comecei a perder a força nas pernas... Continuei a cruzar-me com atletas que estavam a terminar a 2ª volta. Alguns diziam claramente que iam ficar por ali! Outros ficavam impressionados por haver gajos a ir para terceira volta... E ainda mais por irem para a terceira volta sabendo que iam chegar fora do tempo limite! "Vocês são mesmo teimosos" cheguei a ouvir! Encarei aquilo como um elogio! :)
Continuava a subir... A subida pareceu-me muito mais longa que da primeira vez! Nem queria acreditar que há 8h atrás estava a subir aquilo tudo com uma força descomunal, sem qualquer cansaço... Agora ia ali naquele ritmo de pára/arranca... Muito lento... Andava 50metros e parava 20segundos a apreciar a paisagem! "Mas quando é que eu chego lá acima?"
A certa altura apercebo-me que vinham 2 atletas já atrás de mim... Seriam 2 daqueles que tinham terminado a 2ª volta quando eu estava a arrancar para a 3ª. Ou seja, iam 3 à minha frente e pelo menos 2 atrás de mim. Fiquei surpreendido como é que tinham cá chegado tão rápido! Na altura foi o que me pareceu, mas agora analisando bem, eu é que vinha muito lento... Para não falar na paragem técnica!
Eles viriam talvez uns 200 ou 300m atrás de mim... A distância era curta. mas como a inclinação ultrapassava os 15% ou 20%, eram 300m que demoravam 5minutos a fazer, pelo menos!
Ia sentindo um misto de emoções e sensações! Por um lado queria andar rápido! Sabia que conseguia dar mais... Por outro lado, estava cansado, sem forças, com calor... Tinha dado o estouro! Foi nesta altura que pensei para mim mesmo "Se queres chegar ao fim, vais ter que penar muito!". Tive que admitir e aceitar que estava nas lonas! Estava vazio... "Esquece os que vão à tua frente! Esquece os que vêm atrás! Concentra-te no teu corpo e nos sinais que ele te está a dar!" Era este o meu pensamento...
Mudei o chip! Não havia volta a dar! Tinha que ir ao fundo do poço e voltar... Tinha que morrer e voltar a renascer! Sabia que este momento ia chegar... "Já passei por isto dezenas de vezes em provas deste calibre. É só mais uma..." O problema é que já "não me lembrava" como se fazia... A minha última prova de 100km tinha sido precisamente no UTSF, mas já no longínquo ano de 2016!
Tentei ir comendo e bebendo qualquer coisita no que restava da subida, mas o corpo não queria... Não havia sinais de apetite, nem de sede... "Porra pá! Se estou todo empenado como é que não tenho sede nem fome?"
Chego ao fim da subida e entretanto já tinha sido ultrapassado pelos 2 atletas que me seguiam... Ainda tento esboçar uns metros de corrida no pedaço de alcatrão, mas o cansaço era demasiado, mesmo em piso plano... Penso "Deixa-te estar sossegado..."
Praticamente não conseguia correr... Tinha feito a subida a uma média à volta dos 15min/km! E nos km's seguintes não iria melhorar... Até ao final apenas faria 1 (Um) km abaixo dos 10min/km. Quando iniciei esta volta o relógio dava-me um tempo estimado de chegada cerca das 18h30! E eu pensava "Olha, nada mau! Ainda chego de dia!". Mas à medida que os km's iam passando o tempo estimado de chegada ia estendendo-se e já estava perto das 19h... Sabia que ficava de noite entre as 19h e as 19h30 e eu queria fazer tudo para não apanhar muita noite!
O plano agora era simples! Caminhar! E caminhar rápido! A caminhar sentia-me bem. Não sentia o coração a disparar e sabia que conseguia caminhar abaixo dos 10min/km se fosse preciso... Isto claro em piso plano e sem obstáculos! Quando apareciam as subidas, as pedras, as caixas para recolher as guias, sempre se ia um pouco mais lento...
Até Cabreiros (passando por Tebilhão) era quase sempre a descer! Deu para ir recuperando um pouco as forças e ir tentando correr pequenos troços de 10 ou 20metros... Aproveito para mandar mensagem ao Filipe a visá-lo da minha pobre condição física! "Já quase só dá para caminhar"
Seriam umas 17h, apesar de ainda ser de dia, o sol já não chegava aos vales... E então quando andava no meio da floresta, como era o trilho entre Tebilhão e Cabreiros, parecia que ficava quase de noite...
Entretanto já me tinha passado o calor, já ia mais confortável com a camisola térmica, o que começou a ajudar na recuperação...
Quando me começava a sentir ligeiramente melhor, começa a subida para as eólicas! Eram quase 5km sempre a subir e começo a pensar nos trilhos que ia ter que atravessar e nas dificuldades que se avizinhavam... Apesar de esta volta já não contar "para nada", não queria falhar nenhuma caixa!
Primeiro foi a caixa do açude logo a seguir a Cabreiros e o trilho que já tinha feito por dois caminhos diferentes... Fiz a caixa, mas o trilho acho que inventei uma terceira alternativa, nunca consegui seguir pelo mesmo caminho!
Começa a ficar mais frio e visto o corta vento! Mais um troço de estrada... Vejo um ou dois carros a passar e começo a pensar "Será que é pessoal da prova já a ir-se embora? Será que ainda há muitos atletas em prova? Quantos estarão atrás de mim na terceira volta? Será que sou o último?"
Chego à 7ª caixa, aquela antes do trilho bastante fechado, onde na 1ª volta me juntei com o Miguel, o Adriano e o Paulo... Já está chover! Vou recolher a guia e no saco de plástico que envolve a caixa até já há sangue! Certamente consequências da agressividade e dureza dos trilhos!
Começo a furar por ali acima pelo meio das giestas e silvas... O tempo está cada vez mais agreste! Uma chuvinha, mais frio e algum vento! Começo a sentir-me estranho! Estou desconfortável! Estou ao ar livre, mas parece que estou fechado num quarto escuro, sinto-me claustrofóbico! A chuva, o frio e o vento também não estão a ajudar... Estou farto deste trilho! Parece que nunca mais acaba! Quero sair daqui e chegar ao estradão o mais depressa possível!
"Será que já passei a caixa?" Não estava a conhecer esta parte do trilho... O GPS diz que estou fora da rota, mas logo a seguir já diz que estou bem... Chego a um cruzamento, ando um bocado para a direita, não era para ali! Vou em frente... "Fora da rota", volto para trás! Páro um bocado e desespero... Só vejo giestas à minha volta e sinto que estou a perder o discernimento... Estava nevoeiro, não me conseguia orientar pelo sol, mas sabia mais ou menos para onde era, pelo menos sabia que tinha que continuar a subir... e foi o que fiz!
Finalmente encontrei a caixa! Fiquei logo aliviado! Primeiro porque sabia que estava no caminho certo e segundo porque sabia que estava quase a acabar este trilho das giestas! Andei mais um bocado ali aos papéis e finalmente consigo chegar ao estradão...
Aquele bocado de estradão soube a pouco, porque depressa estava novamente entre giestas e silvas e tojos, naquela zona mineira abandonada antes das eólicas... Estava já a desesperar com aquilo! O facto de saber antecipadamente o trilho que ia apanhar, em vez de me acalmar, ainda me stressava mais! Isto porque apesar de ter levado corsários que me cobriam os joelhos, as canelas estavam descobertas e já ardiam de cada vez que roçava num tojo, numa carqueija ou ficava preso numa silva... Já tinha as canelas todas arranhadas e apesar de não se ver nada, parecia que estava tudo em ferida!
Lá acabou o martírio! Cheguei às eólicas e pelo menos aqui já não havia nada a arranhar-me as pernas... Estava era um vento, frio e chuva bastante desconfortáveis! Levava tudo vestido e mesmo assim não podia parar, senão arrefecia bastante! Recolhi a primeira guia lá no meio das pedras e fiz o restante troço das eólicas sem problemas... Até deu para correr um bocado na parte final antes de chegar à caixa seguinte!
Agora é que isto estava mesmo um pântano! Tinha chovido bastante aqui em cima e estava tudo alagado! Lá recolho a guia e sigo caminho para começar a descer para o Candal!
Parecia que já estava de noite, mas ainda eram 18h30! O céu é que estava tão fechado, tão escuro e chovia que "deus a mandava", que quase que apetecia ligar o frontal... Mas não queria ligar já! Queria fazer o máximo que conseguisse sem frontal!
Mas antes de começar a descer aproveitei para uma paragem técnica! Calma... Desta vez foi só para vestir o corta vento por baixo da mochila! Até aqui vinha com o corta vento por cima da mochila e ia tirando e vestindo conforme a temperatura/vento/chuva, etc. Mas como estava a ficar de noite, a chuva não parava e a tendência da temperatura era para continuar a descer, passei o corta vento para baixo da mochila e a mochila ficou por fora. Assim, fechei o corta vento até ao pescoço e a mochila ficou mais acessível, para continuar a beber e a comer...
Desci num bom ritmo até ao Candal... O empeno já estava a querer passar e consegui ir intercalando corrida e caminhada por ali abaixo.
Dentro da aldeia do Candal ainda andei um bocado "perdido". Das duas vezes que lá tinha passado segui caminhos diferentes. Desta vez tentei ir pelo último que tinha feito, mas um portão fechado trocou-me as voltas... Segui em frente, mas fui dar a um campo de cultivo. "Não é por aqui!" Voltei para trás, olhei para o portão e para o trilho, que até tinha a marca do percurso pedestre GR... "Tem que ser por aqui!" Deitei a mão ao portão, deu para abrir e segui caminho...
Agora era subir até à cruz para recolher a penúltima guia e depois era "sempre a descer" até Rio de Frades!
Faço a subida nas calmas, até porque já não dava para mais... A chuva tinha parado! O vento acalmou qualquer coisa... O nevoeiro levantou e agora só se viam as nuvens no céu escuro e um esboço de pôr-do-sol! Ainda havia uma claridade que me permitia seguir sem ligar o frontal!
Recolhi a 12ª guia e pus-me ao caminho! Começo a descer, faço com calma o trilho onde o Miguel se tinha magoado e entro no estradão que me levaria ao Trilho Asiático. Nesta zona fiz o segundo km mais rápido desta terceira volta (o mais rápido foi o primeiro km ao arrancar para a terceira volta), nuns "impressionantes" 9m22s.
Ao entrar na zona superior do Trilho Asiático tenho mesmo que ligar o frontal! Eram 19h30 e já estava mesmo escuro. Aquilo que eu mais temia aconteceu! Vou ter que fazer o Trilho Asiático de noite!
Tal como eu tinha vindo a acompanhar no relógio, a hora prevista de chegada foi-se estendendo e neste momento já era para depois das 20h...
Nesta parte inicial da descida, onde a pendente não é muito pronunciada, só me preocupo em não fugir muito do track que tinha no relógio... Mas a progressão torna-se cada vez mais lenta. Aliada à dificuldade técnica do trilho que se começa a fazer sentir quando se começa a descer mais, havia agora também a questão do relógio e do facto de estar escuro e só se ver aqueles metros que o frontal ilumina...
Tento não me desviar muito, até porque não queria falhar a última caixa, mas sem querer vou-me desviando uns metros para a esquerda, naquele inconsciente de escolher o melhor caminho...
De vez em quando vou parando e olhando em volta, perscrutando com a luz do frontal alguma fita ou refletor que marcavam as caixas! Lá encontro a caixa, que tal como eu suspeitava, encontrava-se mais para a minha direita.
Desde a zona da caixa até entrar na parte final do trilho, foi para mim a pior parte... Sem querer fui-me desviando agora um pouco para a direita! E o que havia para a direita? Nada! Era onde a encosta descia abruptamente para o rio e para onde não convinha ir... Tentei retomar o caminho mais correto, andei um pouco para a esquerda à "meia encosta" e voltei a descer já em direção à parte final do trilho.
Nesta parte final, apesar do caminho estar mais ou menos limpo, também não era menos perigosa. Havia muitos degraus por entre as rochas e as raízes da carqueija e os meus joelhos começavam a queixar-se novamente. De lembrar que toda esta parte final estava a ser feita à luz de frontal, no meio de uma noite escura, e onde o único som era o barulho da água na cascata junto ao túnel, que ia ficando cada vez mais forte à medida que me aproximava.
Ia com todo o cuidado por ali abaixo. Já faltava pouco mais de 1 km e não me interessava se demorava mais 10 ou 20 minutos, só não queria era aleijar-me sem necessidade nesta parte final por causa duma desatenção ou irresponsabilidade. Sabia que se me aleijasse e ficasse imobilizado, dificilmente alguém ia dar comigo, sem rede de telemóvel, metido no meio daquela escuridão... Ainda me lembro das muitas vezes que pus mal o pé no chão, numa delas fiz mesmo uma "quase entorce", daquelas que doem, mas não chega a torcer... Aproveitei que estava sozinho ali no meio da serra para largar um palavrão bem alto!
O barulho da cascata vai ficando cada vez mais alto e torna-se impressionante quando estamos a uns 10 ou 20metros dela, ouvimos aquele barulhão da água a cair a toda a velocidade, mas não vemos nada! Como tinha tempo, ainda parei um pouco, desliguei o frontal, olhei em volta e não via nada, tudo escuro! Apenas o som daquele turbilhão de água a cair e correr rio abaixo!
Atravessei o rio e entrei no túnel! Fiz tudo a caminhar, já não tinha pressa... Que sensação! Deu para apreciar o túnel com mais calma e absorver todo aquele ambiente!
Saí do túnel e agora era só ir descendo até à arena onde sabia que estavam à minha espera! Depois daqueles 2 atletas me terem ultrapassado, vim o caminho todo a pensar que era o último! "Estão todos à minha espera..." "Mas porque é que vim tão lento?" "Estou a fazer toda a gente esperar..." "Se me aleijo para aqui, não vem ninguém atrás de mim que me possa ajudar..." Foram estes alguns dos meus pensamentos durante a última volta... Um misto de satisfação por ter conseguido arrancar para a terceira volta, no meio de um grupo tão restrito de atletas, mas por outro lado uma sensação de preocupação pela minha segurança e de desolação por ter dado um estouro tão grande...
Mas o objetivo era chegar ao fim da terceira volta, fosse em que tempo fosse! E isso ia acontecer! Vou descendo as escadinhas e chego às primeiras casas... O ambiente já era totalmente diferente de à bocado à tarde... Já não se via ninguém na rua, já não havia "público" e fotógrafos para trás e para frente... Agora era só eu e o rio a correr ali ao lado e umas dezenas de metros a separar-me do glória! Ou talvez não...
O meu nome não ficou gravado na placa de xisto! Nenhum ficou...
Cheguei com cerca de 12h45. Após 4h na primeira volta e 3h30 na segunda, demorei 5h15 na terceira... Na altura pareceu-me que demorei uma eternidade (e demorei) na última volta... Mas tendo em conta o estouro que dei, ter vindo sempre a caminhar e as adversidades físicas e psicológicas pelas quais passei, até não achei que foi mau... Foi só mais 1h15 que na primeira volta!
Link para a atividade no Strava
Ouviu-se a Taps, como estava previsto... Em honra dos que ousaram desafiar as 5 Voltas do Impossível mas ficaram pelo caminho!
Ouvindo a Taps. Foto: Filipe. |
Quando trocava umas palavras com a Flor Madureira, o José Moutinho, o Filipe e outras pessoas que estavam por ali, ainda soube que ainda vinham 2 atletas atrás de mim! "Ah valentes!" E eu que vim o caminho todo a pensar que já não vinha ninguém atrás de mim, que era o último... Afinal ainda houve mais dois malucos!
Comecei a arrefecer e a sentir um frio dos diabos! Tive que ir a correr para o carro, vesti umas quantas peças de roupa, meti-me no banco do pendura e lá fomos até casa a comentar o dia que tínhamos tido! Eu às voltas na serra e o Filipe no apoio logístico! Grande dia!
Aproveito, para que fique aqui registado, para agradecer todo o apoio que recebi antes, durante e após o evento! E ainda para fazer 3 dedicatórias alusivas às 3 voltas que dei ao percurso!
A primeira volta dedico-a a quem me deu apoio logístico, principalmente ao Filipe, mas também também à minha esposa, aos meus pais e irmã.
A segunda volta dedico-a ao Miguel Baptista, que tanto queria ter continuado em prova e desfrutado mais um pouco das Voltas, mas que devido aquele infortúnio, teve que abandonar. Ele que até comentou várias vezes enquanto vínhamos juntos "Epá, o percurso está espetacular!"
A terceira volta dedico-a aos meus pais, mas especialmente ao meu pai, de quem herdei um sentido de orientação apurado! Aquela memória fotográfica de quem passa num sítio e não se esquece mais, que me ajudou bastante durante o percurso! Desculpa mãe, mas as vezes que andei às aranhas, meio perdido, devia ser interferência da tua parte... hehe 😆
Em relação às Voltas, hei-de voltar concerteza, se me for permitido ser Pilha novamente! É um desafio brutal, que nos tira da zona de conforto e nos leva ao limite, que é isso que procuro sempre!
Toda a dinâmica do evento é fora do comum e não é para qualquer um! Várias pessoas me perguntaram "Como foi a prova?". Depois de eu dizer 2 ou 3 frases, dizem logo... "Eh, isso assim não!" "Isso assim é chato!" etc etc.
A questão é que as Voltas do Impossível não são uma prova! São uma coisa à parte! Quem vem, sabe ao que vem... Não há marcações, não há abastecimentos, não há apoio durante cada volta, os trilhos podem estar limpos, ou não... Não há classificações, não há tiros de partida, nem chips, nem stands de vendas de produtos da marca xpto, etc... O que há é uma candidatura, uma taxa de inscrição simbólica, uma cerveja artesanal, uma matrícula, um track GPS, 13 caixas com guias de transporte, 50 Pilhas e um tempo limite! A partir daí a aventura desenrola-se e a história escreve-se por si só...